quarta-feira, 18 de julho de 2012

Raimundos cover com NêgaJurema em Batatais


Fimtercal, Moita, Prioli e Staka. Esses são os codinomes dos integrantes da banda batataense NêgaJurema, que se apresenta como cover do grupo de rock Raimundos neste sábado (21), a partir das 21h15, no bar Adega Beer.

A banda surgiu há cerca de seis anos, mas a formação enquanto tributo aos Raimundos nasceu há dois. Atualmente o grupo é formado por André Fim Tercal (guitarra e apoio vocal), Wallison Gleider (bateria), João Paulo Prioli (vocal) e Jonas Gueraldi (baixo e apoio vocal).

Foto: arquivo pessoal
A NêgaJurema renasceu após problemas com a formação antiga que causaram o fim da banda.  Segundo integrantes, a ideia de montar uma banda cover da "melhor banda de todos os tempos" culminou na volta do grupo aos palcos.

Sem seguir a linha, a banda foge do “set-list” (lista com as músicas que serão tocadas no show) e promete não deixar faltar as clássicas “Mulher de Fases” e “Puteiro em João Pessoa”.

“Nós não seguimos um repertório decidido antes da data. Temos 40 músicas prontas para tocar e ainda mais umas canções dos Mamonas Assassinas para fechar a noite. Na hora a gente toca o que a galera pede”, afirma um dos integrantes.

A banda cover de Bon Jovi também toca neste sábado no Adega Beer. O grupo, que leva o nome do álbum de estreia de Bon Jovi na carreira solo (Blaze Of Glory), é de Rio Preto.


Serviço
BON JOVI COVER E RAIMUNDOS COVER
Com as bandas Blaze Of Glory (Rio Preto) e NêgaJurema (Batatais)
21 de julho (sábado), a partir das 21h15
No Adega Beer, na rua Sete de Setembro, Centro - Batatais/SP

Mais eventos na Agenda Cultural.

domingo, 1 de julho de 2012

Férias: criançada no museu

O Museu Histórico e Pedagógico Dr. Washington Luís, em Batatais, oferece nas férias de julho uma programação diferente para as crianças. Entre os eventos, estão jogos, contação de estórias, sessões de filmes etc. Confira abaixo a programação completa. Outras informações estão disponíveis no blog do museu

O museu fica na Estação Cultura, na antiga estação ferroviária, na praça Dr. Antônio Teodoro Lima, no Jardim Bela Vista. A programação de férias acontece de 2 a 27 de julho, das 14h30 às 16h. 

Dia 2 (segunda-feira)
Contação de estória: “Os Músicos de Bremen”
Oficina de arte: Máscaras de animais
Brincando na Praça com a música “A Bicharada” Os Saltimbancos

Dia 3 (terça-feira)
Sessão de desenho infantil: “Peppa Pig “O Museu”
Visita mediada: Conhecendo o museu
Oficina de arte: desenho de observação

Dia 4 (quarta-feira)
Contação de Estória: “Boitatá e os Fazendeiros”
Visita mediada: Batatais no tempo de Washington Luis
Oficina de arte: A cobra gigante

Dia 5 (quinta-feira)
Sessão de desenho infantil: Charlie e Lola “Minha pequena cidade”
Visita mediada: fotos antigas de Batatais
Oficina de arte: Nossa pequena estação (maquete)

Dia 6 (sexta-feira)
Sessão de desenho infantil: Cocoricó “O cravo e a rosa”
Brincadeira: Cantigas de roda com instrumentos
Oficina de arte: recorte e colagem “Flores da pequena cidade”

Dia 10 (terça-feira)
Contação de Estória: “Zequinha o Espantalho Fujão” – Gerusa Rodrigues Pinto
Visita mediada: Objetos da vida rural
Oficina de arte: Construindo um espantalho

Dia 11 (quarta-feira)
Sessão de desenho infantil: Cocoricó “Férias de verão”
Oficina de arte: Mural “Vida no Campo” (recorte e colagem)

Dia 12 (quinta-feira)
Contação de Estória: O Rato do Campo e o Rato da Cidade
Oficina de arte: Mural “Vida no Campo” (pintura guache)

Dia 13 (sexta-feira)
Contação de Estória: “O amor tem todas as cores” – Márcia Honora
Visita mediada: Objetos afro brasileiros
Oficina de arte: massinha

Dia 16 (segunda-feira)
Contação de estória: “O Sapateiro e os Elfos”
Visita mediada: Sapatos do Museu
Oficina de arte: desenho

Dia 17 (terça-feira)
Contação de Estória: “Flora, a girafinha curiosa” – Gerusa Rodrigues Pinto
Visita mediada: Instrumentos musicais
Recreação: escutar canções infantis em discos LP

Dia 18 (quarta-feira)
Sessão de desenho infantil: Timothy vai à escola “Monstros assustadores”
Oficina de arte: monstros de massinha

Dia 19 (quinta-feira)
Sessão de desenho infantil: Dinotrem “Fred Fóssil”
Visita mediada: Fósseis do Museu
Oficina de arte: Texturas

Dia 20 (sexta-feira)

Contação de Estória: “O Rei Bigodeira e a sua Banheira” – Audrew Wood
Oficina de arte: Festa da Corte (fantasias e maquiagem)
Dança das cadeiras

Dia 23 (segunda-feira)
Sessão de desenho infantil: Charlie e Lola “Estou colecionando uma coleção”
Visita mediada: coleções do museu
Oficina de arte: desenho
Jogo da memória

Dia 24 (terça-feira)
Sessão de desenho infantil: Pingu Pingu e a máquina fotográfica”
Visita mediada: máquinas fotográficas do Museu
Oficina de arte: fotografia

Dia 25 (quarta-feira)
Sessão de desenho infantil: Timothy vai à escola “Pintando o sete”
Visita mediada: Obras de arte do Museu
Oficina de arte: pintura

Dia 26 (quinta-feira)
Sessão de desenho infantil: A Casa do Mickey “Exposição de Arte do Mickey”
Visita mediada: Retratos do Museu
Oficina de arte: Meu auto-retrato

Dia 27 (sexta-feira)
Sessão de desenho infantil: Charlie e Lola “Eu queria desenhar igualzinho a você”
Oficina de arte: mural coletivo

Almoço da vovó, do vovô, filhos e netinhos


Com a participação de mais de 30 pessoas, o almoço Receitas da Vovó, organizado pelo grupo Slow Food na Estação Cultural, em Batatais, reuniu neste domingo (1°) deliciosos pratos de família que puderam ser compartilhadas.

Doces e salgados, saladas, sucos naturais, licores etc. O grupo difunde a ideia de uma alimentação regionalizada, mais próxima de nossa cultura. 

No fim da comilança, uma votação consagrou uma “caçarola” como vencedora. Outros pratos também caíram no gosto dos participantes, como o “quiche de frango”, a “parmegiana de abóbora” e a “polenta”. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

"Plágio 3" na Cultura de Quinta

Reprodução

O grupo teatral Plenitude vai apresentar na quinta-feira (28 de junho) mais uma edição do Cultura de Quinta. Essa será a 32ª apresentação do projeto.

Dessa vez, o grupo sobe ao palco do Teatro Municipal de Batatais com “Plágio 3 – Porque um é pouco e dois é bom...”.

No elenco estão Ariel Tosta, Dani Violin, Everton Garcia, Fernando Faro (que também dirige o espetáculo), Isabela Freiria, Rodrigo Garcia e Samira Uti. A produção foi feito por Ana Paula Borasque e Rodolfo Tarso.

Os ingressos, em valor promocional, custam R$ 6 e R$ 5 antecipados A apresentação começa às 21h. Mais informações na página do grupo no Facebook

Receitas da vovó – Almoço Slow Food


O grupo Slow Food – Campo Lindo, em Batatais, vai fazer um almoço no próximo domingo (1° de julho), a partir das 11h, para reunir diversas receitas e trocar ideias de pratos saudáveis na Estação Cultura.

O evento é aberto e gratuito. Para participar basta levar um prato feito a partir de uma receita familiar ou tradicional. O grupo lembra que é importante se atentar ao preparo, que deve conter matéria prima artesanal, local, limpa e agroecologicamente boa.

Junto com a receita, é preciso levar também os talheres e copos (não descartáveis) que serão usados para comer ou bebê-la. A Estação Cultura de Batatais fica na antiga estação ferroviária, na praça Dr. Antônio Teodoro Lima, no Jardim Bela Vista.

Mais informações? Clique aqui

Novo blog


Para atender uma necessidade aparente de Batatais, este blog deixa de se chamar “Com.Unica_Ação” e passa a atender por “Batatais Cultural” a partir de hoje.  Sintam-se parte dele e à vontade para criticar, elogiar, dar dicas etc. Com ele, os editores têm o objetivo de suprir a falta de um veículo que reúna os eventos que acontecem na cidade. Por isso, se você tem uma sugestão e um evento que não está aqui, envie um e-mail para fannyvitoria@yahoo.com.br. Se quiser saber um pouco mais, visite a página “Quem somos?”

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Cultura digital: a colcha de retalhos moderna

Fanny Victória

Quando falamos em retalho logo nos vem à mente fragmentos, pedaços. De acordo com o dicionário, retalho é a parte que se tira, se corta de uma coisa (especialmente de um tecido). 


Mas o avesso da fragmentação é o coletivo. Vários pedaços juntos podem se transformar em uma colcha, como aquelas antigas que as avós faziam. 

Pois bem. Na contracultura moderna há muita gente costurando. Só que nesses tempos as linhas, agulhas e alfinetes são outros. Fazem parte da teia WWW (Word Wide Web), que guia milhões de navegações mundo afora. 

Casa da Cultura Digital - São Paulo
Unir diversos projetos que traduzem informações públicas usando as novas tecnologias de uma forma independente e criativa. Essa é uma das propostas da Casa da Cultura Digital, em São Paulo.

O local reúne pessoas, empresas e ONGs (Organizações não Governamentais) que criam sites, vídeos e programas voltados a conteúdos culturais e políticos.  

Um exemplo é o projeto Esfera, que, por meio da Trânsparência Hacker, desenvolve trabalhos envolvendo política, dados públicos e sites. 

Nesses trabalhos participam pessoas de diversas áreas, como desenvolvimento web, jornalismo, design, gestão pública, direito etc. 

Entre os trabalhos estão os sites Otoridades.com e o Poder Legislar. No primeiro, é possível que os visitantes façam denúncias sobre abuso de autoridades. 

Focado na lei Ficha Limpa, o segundo site disponibiliza informações sobre as possibilidades de a população participar da formação legislativa do país. Para isso, eles explicam como é o processo de vida de um projeto de lei e falam sobre as leis de iniciativa popular. 

A Casa da Cultura Digital tem mais de 50 pessoas envolvidas na sua organização. O prédio, que fica na rua Vitorino Carmilo, 459, no bairro Barra Funda, em São Paulo, abriga projetos como Laboratório Brasileiro de Cultura Digital, Garapa, Garoa Hacker Clube, Nunklaki, Tatu Peba Produções, Veredas, memeLab, entre outros.


Fontes de informações públicas

Apesar de estar localizada na capital paulista, a Casa da Cultura Digital contribui com o desenvolvimento de programas e sites que disponibilizam informações públicas de interesse nacional, agindo de forma jornalística.
“Quem tem a ganhar, se não houver grandes mudanças e algum tipo de controle sobre a rede, são os cidadãos”, afirma o jornalista Paulo Markun, ex-presidente da “TV Cultura” e ex-apresentador do programa “Roda Viva”. 

Pai de um dos fundadores da Casa da Cultura Digital, Markun integra a organização e afirma que o jornalismo, como profissão, está acabando. “O novo jornalismo será o velho jornalismo, mais militante e diversificado. Como no século 19 aqui no Brasil.”

Exemplo disso é o site “Para onde foi o meu dinheiro”, que, além de simplificar os dados governamentais para entendimento da população em geral, pode ser uma fonte para jornalistas. 

O site foi criado em maio deste ano durante a ida de participantes do projeto Transparência Hacker, que funciona dentro da Casa da Cultura Digital, ao Consegi (Congresso de Software Livre e Governo Eletrônico), em Brasília. 

A plataforma permite que a população acompanhe quanto do dinheiro pago em impostos foi gasto em setores como em educação, saúde, geração de emprego, transporte, segurança etc.

Outro exemplo, também criado no congresso, é o site THacker. Nele estão reunidos diversos projetos experimentais sobre transparência pública como, por exemplo, o “Deputados Analytics”

A plataforma ainda não funciona, mas a proposta dela é mostrar estatísticas dos deputados e gerar rankings com base nos dados disponíveis na página do congresso nacional.  


Wikileaks à brasileira

Também integra a Casa da Cultura Digital a agência de jornalismo investigativo A Pública. Inspirada em modelos existentes em outros países e em especial no Wikileaks – com que mantém parceria, a agência foi fundada em março deste ano pelas jornalistas Marina Amaral, Natalia Viana e Tatiana Merlino.

A agência age de forma independente e produz conteúdos usando creative commons, ou seja, qualquer pessoa pode reproduzi-los em outros meios.

Parceira: entre A Pública e o Wikilearks


Financiamento do jornalismo independente

Outra forma de incentivo ao jornalismo independente são os sites de crowdfunding, que significa financiamento público em inglês. Criado há cerca de um ano, o site Catarse, também ligado à Casa da Cultura Digital, tem essa proposta.

Pessoas ou empresas cadastram projetos e determinam o quanto é preciso para que saiam do papel. As propostas recebem ajuda online durante 90 dias. 

As pessoas podem doar o valor que quiserem aos projetos que julgar mais interessantes. Em troca, elas ganham um prêmio determinado pelos autores das propostas que variam conforme a colaboração.

Até o dia 4 de novembro, o Catarse havia recebido 259 projetos. Desses, 107 foram aprovados e financiados pelos visitantes do site.

Os projetos são divididos em categorias. Do total, 13 propostas foram inscritas em jornalismo, 49 em cinema e vídeo e 15 em fotografia.

Jornalismo

Na categoria de jornalismo, havia cinco projetos bem-sucedidos e outros quatro ainda em votação. 
Um dos projetos jornalísticos financiados, o “Cidades para Pessoas”, tinha o objetivo de viajar por 12 cidades do mundo em um ano e investigar as práticas de planejamento urbano empregadas em cada uma delas.

Por meio de reportagens, o projeto mostraria o que deu certo nessas cidades e poderia servir de exemplo em municípios do Brasil. O projeto teve o apoio de 285 pessoas e conseguiu arrecadar mais de R$ 25 mil.

De acordo com o jornalista Paulo Markun, ex-diretor da Fundação Padre Anchieta e ex-apresentador do programa Roda Viva, o Catarse e outros sites de financiamento colaborativo ainda são um teste. 

“Os primeiros jornais brasileiros não tinham assinaturas, nem anúncios. Viviam de colaborações voluntárias dos leitores. Nada impede que isso ocorra a partir da internet”, disse.


Superdica:
uma próxima viagem a São Paulo pede uma visita à
Casa da Cultural Digital, que é aberta ao público.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cinema Novo brasileiro e seus grandes nomes

A dominação da cultura cinematográfica norte-americana é tão grande no brasil que poucas pessoas conseguem se posicionar com relação ao cinema nacional.  

Durante a década de 1950, a indústria cultural brasileira sofria com diversos entraves que impediam a realização de produções cinematográficas com grande qualidade técnica.  Dessa forma, jovens intelectuais e artistas passaram a discutir um novo rumo para o cinema nacional.

A primeira importante manifestação desse sentimento de mudança aconteceu em 1952, com a organização do I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro. Nesse encontro eles procuraram um modelo para o cinema nacional que distanciasse do cinema norte-americano.

E assim, tiveram grande interesse em dialogar com os elementos realistas oferecidos pelo neo-realismo italiano e a “nouvelle vague” francesa.

Comprovando seu tom realista, os filmes então começaram a retratar a problemática do subdesenvolvimento nacional e, por isso, inseriam trabalhadores rurais e sertanejos nordestinos em suas histórias. Preferiam o uso de cenários simples ou naturais, imagens sem muito movimento, a presença de diálogos extensos entre as personagens. Era perceptível a atuação de atores que não profissionais.

Os cineastas começaram a sair às ruas e a utilizar a câmera na mão, abandonando o velho tripé, tendo como princípio a frase do texto ‘manifesto da fome’, de Glauber Rocha que diz: “uma câmera na mão e um idéia na cabeça”.

1955 - RIO 40 GRAUS /INAUGURAÇÃO DO CINEMA NOVO
Considerado como um divisor de águas no cinema brasileiro, o filme “Rio, 40 graus”, do diretor Nelson Pereira dos Santos, conseguiu sintetizar várias características propostas do novo cinema.

O enredo mostra o calor, a violência, a falta de solidariedade e o descaso com a miséria em um Rio de Janeiro que não era visto nos cartões-postais. Copacabana, Pão de Açúcar, Corcovado, Quinta da Boa Vista e Estádio Maracanã são alguns dos pontos onde as cenas acontecem.

O impacto do filme foi tão grande que o Serviço de Censura tentou vetar sua exibição. O país passava por um momento muito sensível pelo suicídio de Getúlio Vargas.

Depois disso, outros cineastas baianos e cariocas simpatizaram com a nova proposta estético-temática para o cinema brasileiro.

1961 – BARRAVENTO
Glauber Rocha lança internacionalmente o cinema brasileiro com o filme Barravento. A história acompanha um negro educado que volta à aldeiazinha de pescadores em que foi criado para tentar livrar o povo do domínio da religião.

1962 - OS CAFAGESTES
Ruy Guerra lança em 1962 “Os Cafajestes”, que provocou um escândalo moral por ser o primeiro filme brasileiro a mostrar o nu frontal, tendo como protagonista a atriz Norma Bengell.
Também em 62 o filme “O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte conquista a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

1963 - VIDAS SECAS
Dirigido por Nelson Pereira dos Santos, baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos. Pressionados pela seca, uma família de retirantes composta por Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, atravessam o sertão em busca de meios para sobreviver.

O segundo período do Cinema Novo, que vai de 1964 a 1968, dialoga com o agitado contexto de instalação da ditadura militar no Brasil. Os projetos desenvolvimentistas e o discurso em favor da ordem social passaram a figurar outro tipo de temática dentro do movimento.

1964 - GOLPE DE ESTADO – DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL
Ano terrível para a democracia no país, mas de ouro para o cinema nacional. Glauber Rocha lança sua obra prima “Deus e o diabo na terra do sol” alguns dias antes do golpe militar. O filme descreve a saga de um casal de camponeses submetidos à exploração, ao misticismo e à violência. Tido como um marco da cinematografia latino-americana, “Deus e o diabo na terra do sol” sofreu forte influência do cineasta russo Serguei Eisenstein por ser marcado pelo ritmo e simetria.

O Golpe de Estado interrompe a produção do documentário “Cabra Marcado para morrer”, do diretor Eduardo Coutinho. O filme é uma narrativa semidocumental da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. As filmagens recomeçaram 17 anos depois, já com gravações à cores,  recolhendo os depoimentos dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens.

GLAUBER ROCHA
Se fosse feita uma pesquisa com os críticos de cinema para indentificar os diretores que mais contribuíram para o aprimoramento da linguagem cinematográfica ao longo do século passado, seria bastante provável que Glauber estivesse ao lado de diretores como Griffith, Eiseinstein e Orson Welles.

1966 – INC
O Instituto Nacional de Cinema foi criado em 1966 em substituição ao INCE - Instituto Nacional de Cinema Educacional. O INC foi extinto em 1975.

1967 - TERRA EM TRANSE
Roteiro e direção de Glauber Rocha, Terra em Transe é um filme no qual qualquer semelhança com a situação do país no início dos anos 60, que levou à ditadura militar do Brasil, são naturalmente intencionais.
Em abril de 1967, o filme foi proibido em todo território nacional, por ser considerado subversivo e irreverente com a Igreja e só foi liberado com a condição de que fosse dado um nome ao padre interpetrado por Jofre Soares.

1968
Glauber Rocha lança “O Dragão da maldade contra o santo guerreiro”, Melhor Direção em Cannes.
Em 13 de dezembro de 1968 é assinado o Ato Institucional Número Cinco. O AI-5 foi o instrumento que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira conseqüência foi o fechamento do Congresso Nacional por quase um ano, o golpe torna-se uma ditadura.

Após esse período, a predominância do discurso político engajado perde sua força na produção do cinema novo.  Essa nova mudança refletia a eficácia dos instrumentos de censura e repressão estabelecidos pela ditadura militar.

Com isso, a crítica ácida e direta encontrada nas produções anteriores vai perder lugar para a representação de um Brasil marcado por sua exuberância e outras figuras típicas. Nesse mesmo período, o Cinema Novo se aproximou da proposta do Tropicalismo, movimento musical que criticava o nacionalismo ufanista e a aversão radical aos elementos da cultura estrangeira.

Nesse último período do Cinema Novo, que se estende de 1968 a 1972, temos um volume menor de produções. O cinema das ideologias começava a se diluir.

1969 – MACUNAÍMA
 Inspirado na obra homônima de Mário de Andrade, Joaquim Pedro de Andrade reconta, por meio do filme “Macunaíma”, a trajetória do festivo e sensual herói da literatura brasileira. A partir desse filme, vemos que a questão nacional passa a ser rearticulada fora dos limites da estética realista.




Apesar do respeito alcançado junto à crítica cinematográfica nacional e internacional, a linguagem complexa dos filmes afastou os brasileiros do cinema. O Cinema Novo não trouxe alteração na situação do mercado de filmes no país, que continuou dominado pelas produções norte-americanas. Contudo não é exagero afirmar que do ponto de vista artístico, estético e narrativo foi o melhor momento da história do cinema brasileiro.

*trabalho feito por Fanny Victória, Fabiano Cruz e Uelinton Costa em 2009.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Golpista do Ano


     Falar sobre este filme é interessante. Não pela trama em si, mas pelo fato que envolve o momento em que fomos (meu namorado e eu) à locadora.
     Dentre tantos e tantos encartes de DVD’s (dramas, romances, suspense) escolhemos este, classificado como uma comédia. Gostamos pela sinopse e por já ter ouvido falar na história pouco comum contada pelo filme. Um homem casado com uma mulher resolver largar tudo e ir atrás de um verdadeiro amor: um homem. 

     A moça do caixa (uma morena, aparentando ter uns 24 anos e grávida de mais de cinco meses) disse na hora de registrar o pedido:
     - Moça, este filme não é comédia não viu?
     E eu:
     - É sim, está dizendo aí atrás.
     Ela:
     - Mas tem alguma criança que vai assistir?
     Eu sem entender ainda do que se tratavam os questionamentos:
     - Não. Por quê?
     Ela:
     - Ah, porque ele tem umas cenas impróprias. Não tem nada de comédia. Mostra dois homens se beijando e outras coisas mais.
     Eu olhei para o meu namorado e vi que ele estava pensando a mesma coisa que eu. Ela interou:
     - Vai levar ele mesmo moça? É muito nojento e gay.
     Tentando acabar com o assunto eu disse categoricamente:
     - Sim. Nós vamos levar este sim!

     O filme é comédia. Uma comédia interessante. Diferentemente do esperado pela moça do caixa, que deve ser aqueles filmes nos quais  há uma mocinha e um mocinho em um conflito amoroso e a família de ambos tem algum tipo de distúrbio social, ou alguma característica que os tornam engraçados a um pequeno play no controle remoto.
     Além do gênero, a história é uma lambida na cara dos preconceituosos. Aliás, uma baita lambida. Até porque a trama é feita de uma forma muito interessante e o final é inesperado. Sem contar o elenco com Jim Carrey e com a participação inusitada do ator brasileiro Rodrigo Santoro. 

Fanny Victória

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Estreia

     Estreio com este post minha participação neste espaço, um tanto já referencial quando se trata de manifestações da inquietação de jovens jornalistas ou divulgadores de opinião e ideias em geral.
     
     A comunicação tem como premissa fundamental informar; a informação tem a premissa de fazer refletir; a reflexão deve fazer alguma coisa mudar. Com tal base, parto para apurar o dia-a-dia da comunidade, comunicar os fatos e gracejos, refletir e fazer refletir, mudar e fazer mudar. Admito que não postarei com a mesma frequência da minha/nossa querida Fanny Victória, mas assumo o compromisso de trazer para este campo o melhor que puder fazer, pela importância que vejo nele.

     Acredito no poder de mobilização dos meios. A blogosfera veio para democratizar e prover uma plataforma de experimentos. Mas veio também para banalizar. Ao leitor atento, cabe, soberanamente, a análise e a seleção.

     Quem quiser conhecer mais do meu trabalho, além do mundo redacional, acesse o blog Cidade Banal.

Fabiano Cruz